08/04/2021

Uso correto do freio motor economiza combustível e aumenta a segurança

Certamente você já percebeu que condução econômica é um dos assuntos mais falados no setor de transporte. E não por acaso, a atenção maior recai sobre o consumo de combustível devido ao alto custo do diesel na operação, embora a redução de custos venha também de outros itens ligados à forma como o motorista dirige o caminhão. As orientações vão desde o controle do pé no acelerador, atenção ao conta-giros, evitar excesso de carga, pneus calibrados, troca de marchas na hora certa e manter em dia a manutenção do caminhão, entre outros procedimentos que na prática dão resultados.

Um item de grande relevância para a direção econômica e redução de consumo de combustível e de componentes do caminhão é o freio motor, também conhecido como freio auxiliar. Todo motorista conhece e sabe bem que se trata de um sistema capaz de aumentar a segurança evitando aquecimento do sistema, e de reduzir a manutenção do conjunto de freio de serviço. Porém, cabe acrescentar que seu uso de modo correto traz também economia de diesel.

Para entender como é possível reduzir consumo de diesel com o uso correto do freio motor contamos com o conhecimento do especialista em direção econômica, o consultor, instrutor, Coach e palestrante, Luiz A. Pigozzo. De uma maneira bastante didática, ele começa citando o sistema de freio de serviço do caminhão, lembrando que esse consome ar e para encher o reservatório (balão) o compressor precisa de aproximadamente ente 0,5 e 1cv de potência para produzir ar para o sistema.

“Esse consumo de potência vai depender da variável do ar exigido pela aplicação e composição do veículo. Um “cavalo toco”, por exemplo, consome muito menos ar que uma composição de 9 eixos. Se o caminhão possui um motor de baixa potência e tem um uma exigência maior em relação ao consumo de ar, podemos considerar a proporção também para o consumo de combustível”, exemplifica.

A partir do momento que o balão está completamente cheio o compressor passa a trabalhar em suspensão, sem consumo, sem roubar potência do motor e sem aumento de consumo de combustível. Quando o quando o motorista pisa no pedal de freio consome ar. O consumo de combustível devido ao não uso do freio motor está diretamente relacionado ao estilo de condução mais agressiva do motorista, ou por medo que o sistema de frenagem não irá realizar sua função, ou por incômodo do ruído etc.

Ainda de acordo com Pigozzo, além de reduzir o consumo entre 1% e 2%, o uso correto do freio auxiliar aumenta a vida útil dos pneus e também velocidade média do trajeto devido ao menor esforço para retomada de aceleração. Outras vantagens são redução de custos com manutenção do sistema de freio de serviço, aumento da disponibilidade do veículo e menos visitas à oficina além de contribuir com o meio ambiente com menos descarte de resíduos e material de lonas freio, tambores, pneus etc.

“Vamos imaginar que o veículo faça, 2,00 km/l numa operação e consome 5.000 litros de diesel por mês. Se estimarmos 2% de economia, estamos falando em 100 litros/mês, 1200 litros por ano. Estamos falando na ordem de R$ 5.000,00 por ano por motorista somente em combustível sem contar os custos com lona de freios de carreta e cavalo e possíveis acidentes.

“É necessário ser um motorista mais estratégico, dirigir com uma previsibilidade expandida e uma distância de seguimento aumentada. Assim é possível realizar uma desaceleração planejada e dependendo da potência do freio motor, poderá realizar a total parada do veículo sem o acionamento dos freios de serviços. Pigozzo acrescenta que desta forma se economiza tempo de viagem, reduz custos com a manutenção e evita acidentes.

Porém, a economia de combustível obtida com o uso correto do freio motor não ocorre somente pelo fato do compressor de ar trabalhar menos para encher os balões. Tratando-se de caminhões mais modernos, com eletrônica embarcada, o compressor de ar “inteligente” é monitorado em função da sua real necessidade. O   monitoramento eletrônico identifica a necessidade de encher os balões de ar e define o melhor momento para isso acontecer, sem necessidade de extrair a potência do motor, podendo ocorrer num trecho de decida por exemplo.

Entre outras vantagens ele cita outras vantagens do uso correto do freio auxiliar, como a redução do risco de acidentes, pois o sistema atua como um “modificador” de estilo de condução, exigindo que o motorista seja antecipativo nas suas ações, reações e realize as frenagens programadas e planejadas. No entanto, há empresas que o isolam por entenderem que o custo de manutenção no sistema e no motor é alto.

Pigozzo diz que quando se analisa unilateralmente, isto é, se fizer somente a conta do gasto da manutenção, sem enxergar os benefícios, os gestores podem cair nessa armadilha de desligá-lo. Diz ainda que em sua opinião o freio motor contribui sensivelmente para uma redução da vida útil do motor, antecipando algumas manutenções como troca de anéis, junta do cabeçote etc. “Mas esse custo é compensado pelos seus benefícios com a redução dos custos de combustível e freios”, justifica.

Lembra que freio motor precisa de cuidados, pois ele tem uma integração da parte mecânica, elétrica e pneumática precisam de manutenção preventivas regulares. “Sua falta no sistema de acionamento pode acarretar outros danos como por exemplo, se ele estiver travando fechado, pode reduzir consideravelmente a vida útil da turbina, desgastes de anéis, aumentar o consumo de combustível, pois o motor vai trabalhar “estrangulado” com a borboleta”, detalha.

De acordo com Pigozzo, a grande maioria dos motoristas brasileiros tem conhecimento e sabe utilizar o freio motor, porém ele acredita que só uma pequena parcela o utiliza com a máxima eficiência na condução. Ele destaca que existem cuidados necessários por parte do motorista para operar um veículo utilizando o freio motor. “Explica ser importante o motorista lembrar que o processo de frenagem com o freio de serviço ocorre da parte dianteira para a parte traseira do veículo, e toda a composição inicia uma frenagem com suas forças proporcionalmente da dianteira para a traseira.

No caso do freio motor, a frenagem está concentrada no eixo de tração do veículo, ocasionando somente uma redução de velocidade no cavalo mecânico. “Esse procedimento, dependendo das condições da pista, escorregadia, chuva etc, pode ocorrer um desbalanceamento na frenagem da composição, com o risco de provocar o “L” ou “efeito canivete”. Por esse motivo é importante o motorista ficar atento às condições no momento para saber qual intensidade e a potência/estágio do freio a ser aplicado” explica. Pigozzo lembra que nos veículos mais modernos, os sistemas de ABS e ESP ativos evitam o efeito “L”.

Ele lembra que o freio motor ajudou a diminuir as ocorrências de incêndio em caminhão devido ao superaquecimento do freio, principalmente em descida de trecho de serra. Entretanto, observa que muitos motoristas ainda passam por apuros por não utilizar corretamente ou por não ter um freio motor com a potência necessária para sua aplicação, ou por falha de manutenção ou mesmo aplicação do veículo. “Um fator positivo que vem contribuindo é que as novas gerações de veículos também possuem freios motores automáticos facilitando ao motorista uma velocidade de descida programada e com total segurança”, observou.

Para finalizar, Pigozzo comenta que existem dois tipos mais comuns de freio motor utilizados: um deles é o sistema de borboleta, que fecha a saída do escapamento, freio de escape; outro é o sistema que fecha as válvulas de admissão e escape, conhecido como “Jake Brake” ou “Jacobs Engine Brake”. Ambos foram criados na década de 50, e passaram a ser utilizados a partir dos anos 60 pelas principais fabricantes de motores diesel da linha comercial pesada. “Hoje, além do freio motor temos o que chamamos de freios auxiliares, hidráulicos, eletromagnéticos”, finaliza.

 

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Fonte: O Carreteiro

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Fonte: O Carreteiro