27/05/2021

Potência de sobra pode economizar combustível e reduzir custos. Entenda!

O Inmetro estabelece, por uma norma, que a relação entre potência e peso de um caminhão para o transporte de cargas seja de 5,71 cavalos de potência por toneladas de PBTC. Isso quer dizer que um veículo com potência de 422 cavalos seria suficiente para rebocar um rodotrem, com PBTC de 74 toneladas.

Na maioria dos casos, esse tipo de combinação do exemplo acima é rebocada por cavalos-mecânicos mais potentes. Mas ainda existem alguns casos, poucos no Brasil, mas muito comuns em outros países, como no continente europeu, onde cavalos muito potentes transportam cargas em implementos simples, com três eixos, que no Brasil permitem PBTC de 41,5 toneladas.

Para saber mais sobre essa potência extra para o transporte de cargas mais leves, o Blog do Caminhoneiro conversou com Ivanovik Marx, Engenheiro de Produto de Pré-Vendas da Scania no Brasil, que nos disse que os resultados desse tipo de aplicação variam muito.

Um dos ganhos citados por ele foi referente à velocidade média. Ganhando tempo em cada viagem, graças ao veículo chegar à velocidade de cruzeiro mais rápido e se manter nela, mesmo em aclives acentuados, o transportador consegue realizar mais viagens por mês. Mas pode haver aumento de outros custos.

“Essa é uma reposta um pouco complexa pois, depende da operação do veículo e como o transportador é remunerado. Há casos que sim, maior potência eleva a velocidade média do veículo e muitas vezes permite ao cliente fazer maior quantidade de viagens dentro do mês. Dessa forma, mesmo com uma certa penalidade na economia de combustível, o cliente pode ganhar mais no final do mês devido ao aumento no número de viagens”, disse Ivanovik.

Apesar da potência, um fator mais importante é a força do motor, ou o torque que ele fornece, que é o que efetivamente vai trazer ganhos de tempo de viagem e possivelmente menor consumo de combustível.

“Ter maior relação potência/peso traz benefícios e malefícios. Outro detalhe importante está na força que o motor possui ou o “torque do motor”, que efetivamente vai trazer ganhos no tempo de viagem e possivelmente menor consumo de combustível. Quando falamos em potência do motor. Podemos fazer uma analogia com a potência de um eletrodoméstico, por exemplo, um liquidificador – quanto maior a sua potência maior será o seu consumo de energia. Mas, no caso do motor temos mais algumas variáveis: A potência que sendo entregue ou consumida pelo motor está ligada a sua rotação “rpm” assim como o torque. E, então, chegamos nas famosas curva de potência e torque do motor.”, disse ele.


Exemplo prático

Para exemplificar, ele cita a diferença de rotações para obtenção da potência máxima e do torque máximo, citando um motor de 540 cavalos, que atualmente é o 13 litros e seis cilindros mais potente da Scania. Acompanhe o exemplo nos parágrafos abaixo:

Um motor de 540cv entrega, na verdade, ou consome os 540cv de potência apenas na rotação de 1.900 rpm. Logo dificilmente iremos utilizar toda a potência do motor, pois, os veículos não trafegam nessa rotação e se rodassem, teríamos um impacto direto no aumento do consumo de combustível. Por outro lado, esse mesmo motor tem uma força máxima de 2.700 Nm de torque, que é entregue em rotação mais baixa, entre 1.000 rpm à 1.350 rpm, com isso, podemos utilizar toda a força do motor, sem que ele tenha o seu consumo amplificado.

O indicado é que o veículo opere com a rotação do motor próximo a 1.200rpm. Quando o motor é operado nessa faixa a sua potência neste momento é de aproximadamente 460cv, mas com o torque de 2.700Nm. Isso permite que o motor entregue mais torque e consuma menor quantidade de potência.

Esse alto torque tem um impacto positivo, pois ele é responsável por manter o veículo na velocidade de cruzeiro, com uma composição de 74 toneladas, contra as resistências aerodinâmicas e de rolamentos, oscilações de inclinação da rodovias e etc.

E quanto maior a força, menor será a necessidade do motorista de reduzir marchas, pois, se o motorista reduzir marcha, ele irá elevar a rotação do veículo ou perder velocidade. Se elevar a rotação do veículo o motorista irá consumir mais potência e assim mais combustível, se o motorista perder velocidade ele terá impacto no tempo da viagem.

No mercado existem diversos motores com a mesma potência ou potência semelhantes, mas o diferencial é saber qual a potência e força entregue por motor. Sendo assim, o ideal é que o motor entregue o máximo de força possível, “torque do motor”, com a menor “potência” possível.


Custo

Outra questão que pode ser impactada em médio prazo é o custo de compra do veículo, que se paga ao longo do tempo, graças ao ganho nos tempos de viagem, e até no consumo de combustível, que pode ser menor, dependendo da operação.

“Dependendo da operação, economiza sim, pois permite ao transportador fazer um maior número de viagens e, consequentemente, aumentar suas receitas. O veículo com maior torque e bem operado dentro da faixa de rotação trará maior economia de combustível, assim como uma operação mais suave em baixas rotações”, disse o Engenheiro.

Sobre o consumo, outras variáveis poderão impactar a conta no final, como citado por Ivanovik, como “operação do produto, carga transportada, topografia, comportamento do motorista, e por outro lado, as características do motor, sua curva de torque e potência. Por essa razão, temos diferentes tipos de motores, para melhor se adequar em cada operação“.

Outra ganho possível é nos custos de manutenção, já que um veículo mais potente, geralmente é produzido com componentes mais robustos, visando operações mais severas.

“Um motor com mais potência e mais força permite que o motorista opere o veículo de forma mais suave em baixas rotações, reduzindo impactos no trem de força. Isso acaba elevando a durabilidade dos componentes e, consequentemente, reduzindo o custo de manutenção”, destaca.

Ou seja, nem sempre um caminhão com motor menor trará maior economia de combustível. Para ajudar os transportadores a fazerem essas contas de forma acertada, a Scania oferece o sistema TMA, ou Tailor Made For Application, que significa que o veículo é produzido com as especificações exatas para a aplicação em que será usado, tanto nas especificações mecânicas, quanto nas questões de conforto e tecnologia a bordo do veículo.

 

Fonte: Blog do Caminhão

 

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